quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O Auto da Compadecida - Guel Arraes, 1999


Poster Oficial

            Essa grande obra brasileira foi inspirada pela peça teatral homônima, escrita em 1955 pelo paraibano Ariano Suassuna (1927- 2014).

            A história se dá sobre as vidas de João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), amigos inseparáveis. Ambos, arrumam um emprego na padaria de Eurico (Diogo Vilela), um comerciante local completamente dominado pela mulher, Dora (Denise Fraga).

Chicó e João Grilo tentam convencer o padre (Rogério Cardoso) a benzer o cachorro de sua patroa. Como o padre se recusa ao ato e o animal morre, o padeiro e sua esposa exigem que o padre faça a cerimônia do enterro. João Grilo, a fim de convencer o sacerdote,  diz à ele que o cachorro possuía um testamento e que lhe deixara dez contos de réis e três para o sacristão, caso rezassem o enterro em latim.

Quando o bispo (Lima Duarte) descobre, Grilo inventa que, na verdade, seis contos iriam para a arquidiocese e apenas quatro para paróquia, para que o bispo não arrumasse problemas. Depois de toda a confusão sobre o enterro do cachorro, João Grilo arma com Chicó para também tirarem vantagem da situação.

Entre as artimanhas boladas por João, em certo momento encontram-se todos reunidos na igreja. Ouvem-se tiros e uma gritaria do lado de fora, o temido cangaceiro Severino (Marco Nanini), chegara com seu bando na cidade.

 Vemos uma sequência emocionante, e atitudes que acabam mexendo com muita gente, entre o céu e a terra.




Ficha Técnica:
Gênero: Comédia
 Direção: Guel Arraes
Roteiro: Adriana Falcão, Guel Arraes, João Falcão
Elenco: Denise Fraga, Diogo Vilela, Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Luís Melo, Marco Nanini, Matheus Nachtergaele, Maurício Gonçalves, Paulo Goulart, Rogério Cardoso, Selton Mello
Produção: Eduardo Figueira
Fotografia: Félix Monti
Duração: 104 min.
Ano: 1999
País: Brasil

Cor: Colorido

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Grandes Divas do Cinema Mudo – Parte II

            Elas praticamente nasceram junto com o próprio cinema, e entre as décadas de 1910 e 1920 foram ganhando espaço se tornando o referencial de beleza em todo o mundo da época.

             Neste artigo, mostramos os padrões de moda e beleza no início do século passado, bem como a importância das mulheres na sociedade retratada.


            Além disso, prestamos homenagens às musas que até hoje permanecem no imaginário dos amantes de cinema.



GLORIA SWANSON (1899-1983)

                 Nome verdadeiro: Gloria Josephine May Svensson. Local de nascimento: Chicago, Illinois, Estados Unidos.

                 Em 1913, foi contratada como figurante pelo estúdio da Essanay em Chicago, onde conheceu o ator Wallace Beery, com quem se casou. Ambos foram para Hollywood, contratados pela Keystone, e Gloria foi colocada ao lado de Bobby Vernon em uma série de comédias românticas. Divorciada de Beery, ela transferiu-se para a Triangle. Subsequentemente, Cecil B. DeMille escalou-a como heroína de suas produções luxuosas como Não Troqueis Vossos Maridos (Don’t Change Your Husbands), de 1917, Macho e Fêmea (Male and Female), de 1919, e  Why Change Your Wife?, de 1920. Em pouco tempo, Gloria alcançou o estrelato e continuou sua brilhante carreira, fazendo grandes filmes  como Escravizada (Manhandled), de 1924, Este Mundo é um Teatro (Stage Struck), de 1925, O Amor de Sunya (The Loves of Sunya), de 1927, Sedução do Pecado (Sadie Thompson),  de 1928 e Minha Rainha (Queen Kelly) , de 1929. 






LEATRICE JOY (1893-1985)

               Nome verdadeiro: Leatrice Johanna Zeidler. Local de nascimento: New Orleans, Louisiana, Estados Unidos.

               Geralmente citada como a introdutora da “febre” do cabelo curto dos anos vinte, começou no mundo do espetáculo excursionando com a Brissac Stock Company. Do teatro passou para o cinema, estreando nas comédias curtas da Black Diamond, produzidas na Pennsylvania, e distribuídas nacionalmente pela Paramount. Em Hollywood, também começou em shorts cômicos ao lado de Billy West e Oliver Hardy. Contratada por Samuel Goldwyn, fez seu primeiro filme para o estúdio como figurante em Raça de Heróis (The Pride of the Clan), de 1917. Posteriormente, tornou-se uma protegida de Cecil B. DeMille, atuando em várias de suas produções como A Noite de Sábado ( Saturday Night), de 1922, A Homicida (Manslaughter) de 1922, Os Dez Mandamentos (The Ten Commandements), de 1923, Triunfo (Triumph),  1924. 







LILLIAN GISH (1893-1993)

          Nome verdadeiro: Lillian Diana Gish. Local de nascimento: Springfield, Ohio, Estados Unidos.


        Ela e sua irmã Dorothy já trabalhavam no teatro ainda adolescentes quando, em 1912, Mary Pickford, apresentou-as a David Wark Griffith, que as dirigiu no curta-metragem An Unseen Enemy. Lillian logo se tornou uma das atrizes mais queridas da América, trabalhando em vários filmes de Griffith como os Importantíssimos O Nascimento de uma Nação (The Birth of the Nation) de 1915, Intolerância (Intolerance), de 1916, Lírio Partido ( Broken Blossoms) 1919, Horizonte Sombrio (Way Down East), de  1920, e Orfãs da Tempestade (Orphans of the Storm), de  1921







MAE MURRAY (1889-1965)

            Nome verdadeiro: Marie Adrienne Koenig. Local de nascimento: Nova York, NY, Estados Unidos.

Conhecida como “The Girl with the Bee-Stung Lips” e “The Gardenia of the Screen”, começou a atuar na Broadway dançando com Vernon Castle (substituindo a irmã dele, Irene Castle), Clifton Webb e Rudolph Valentino. Mae se tornou uma grande atração no Ziegfeld Follies e apareceu também no popular cabaré Sans Souci de Nova York, até que foi contratada pela Paramount. Seu sexto filme, The Plow Girl , de  1916, marcou o princípio de uma parceria com o diretor Robert Z. Leonard. Eles ganharam a sua própria unidade de produção, casaram-se, e sua colaboração profissional (ao todo 28 filmes) – que proporcionou filmes bastante lucrativos – perdurou até 1925, quando se divorciaram amigavelmente. 







MARIE PREVOST (1898-1937)

 Nome verdadeiro: Marie Bickford Dunn. Local de nascimento: Sarnia, Ontario, Canadá.

Foi descoberta por Mack Sennett que a incluiu entre as suas “Bathing Beauties” nas comédias curtas da Keystone. Depois, Irving Thalberg, da Universal, deu impulso à sua carreira, convidando-a para estrelar dois filmes, Desatinos ao Luar (The Moonlight Follies) 1921 e Beijada (Kissed) de 1922. Contratada pela Warner Bros., Marie teve uma participação muito elogiada pelos críticos em Bela e Pecadora  (The Beautiful and Damned) de 1922, e o diretor Ernst Lubitsch colocou-a em três de seus filmes: O Círculo do Casamento (The Marriage Circle) de 1924, As Três Mulheres (Three Women) de 1924 e Beija-me Outra Vez (Kiss me Again) de 1925, que marcaram o ponto mais alto de sua trajetória artística. 








MARION DAVIES (1897-1961)

Nome verdadeiro: Marion Cecilia Douras. Local de nascimento: Brooklyn, Nova York, Estados Unidos.

Atuou na Broadway como corista aos dezesseis anos de idade e acabou sendo contratada para o Ziegfeld Follies. Quando estava construindo uma reputação no cinema, depois de sua estréia no filme Runaway Romany, de 1917, Marion conheceu o magnata da imprensa William Randolph Hearst, que se tornou seu protetor e amante. Hearst fundou a Cosmopolitan Productions, para produzir os filmes de Marion. Ele gostava de vê-la em filmes dramáticos de época, como Janice Meredith, de 1924, mas ela provou que era uma excelente comediante em Moinho Vermelho (The Red Mill) de 1927.








MARY PHILBIN (1902-1993)

            Nome verdadeiro: Mary L. Philbin. Local de nascimento: Chicago, Illinois, Estados Unidos.

Entrou para o cinema após ter vencido um concurso de beleza patrocinado pelo Elks Club e pelo jornal Chicago Herald Examiner. O prêmio era uma chance de assinar um contrato com a Universal e o juiz do certame, Erich von Stroheim, recomendou-a para um teste. Seu primeiro filme foi Suspeita Iníqua (The Blazing Trail), de 1921. Porém suas personagens mais famosas na tela foram Christine em O Fantasma da Opera (Phantom of the Opera), de 1925 ao lado do grande Lon Chaney; e Dea em O Homem Que Ri (The Man Who Laughs), estrelado pelo ator alemão Conrad Veidt, de 1928. 







MARY PICKFORD (1892-1979)

            Nome verdadeiro: Gladys Marie Smith. Local de nascimento: Toronto, Ontario, Canadá.

“A Namorada da América” começou sua carreira artística no teatro, contratada por David Belasco, famoso empresário de Nova York. Em 1909, ela obteve emprego na Biograph, onde atuou sob as ordens de David Wark Griffith, tornando-se rapidamente uma favorita do público, que a chamava de “A Pequena Mary” ou “A Mocinha dos Cachos Dourados”. No final de 1903, Mary entrou para a Famous Players de Adolph Zukor, e atingiu uma popularidade impressionante. Em 1916, passou a ter a sua própria unidade de produção, cujos filmes eram distribuídos com exclusividade pela Artcraft Pictures. Seguiu-se uma série de filmes de grande sucesso como Rica e Pobre (The Poor Little Rich Girl) de 1917, Rebeca (Rebecca of Sunnybrook Farm ) de 1917, e  M’Liss  de 1918.  Mary transferiu-se para a First National e fundou a Mary Pickford Company, obtendo alguns de seus maiores êxitos, entre eles, Papaizinho Pernilongo (Daddy Long Legs), de 1919. Já casada com Douglas Fairbanks, criou com ele, Charles Chaplin e David Wark Griffith, a United Artists, para a qual ela fez grandes filmes, como Menina Travessa (Polyanna), de 1920, Castelos de Espuma (Suds) de 1920, O País das Tormentas (Tess of the Storm Country), de 1922, Aves Sem Ninho (Sparrows) de 1926 e seu derradeiro filme mudo, Meu Único Amor (My Best Girl), de 1927. 







NORMA TALMADGE (1894-1957)

          Nome verdadeiro: Norma Talmadge. Local de nascimento: Jersey City, New Jersey, Estados Unidos.

Começou sua vida artística posando para as “illustratred songs”, que eram apresentadas antes dos filmes de um rolo no palco dos primeiros cinemas. Norma fez alguns filmes na Vitagraph e na Triangle, e depois conheceu Joseph M. Schenck, empresário rico que controlou e impulsionou sua carreira, fundando a Norma Talmadge Film Corporation. Sob supervisão de Schenck, Norma fêz, entre outros: Papoula Viçosa (Poppy), de 1917, A Duquesa de Langeais (The Eternal Flame), de 1923, Segredos (Secrets), de 1924, A Dama das Camélias (Camille), de 1926, e A Mulher Cobiçada (The Dove), de 1927. Especializada em melodramas, com um dos rostos mais expressivos da tela, elegante e glamourosa, Norma era adorada pelos espectadores e pelos críticos, figurando entre os ídolos mais populares do cinema silencioso americano. 








RENÉE ADORÉE (1898-1933)

            Nome verdadeiro: Jeanne de la Fonte. Local de nascimento: Lille, França.

Filha de artistas de circo. Aos cinco anos de idade já estava trabalhando com os pais. Na adolescência, atuou em pequenas produções teatrais na Europa. Estava na Russia quando irrompeu a Primeira Guerra Mundial, e logo foi para Londres. De Londres partiu para a Nova York, onde continuou no teatro até que, em 1920, fez seu primeiro filme. Renée é mais lembrada pelo seu papel como Melisande ao lado de John Gilbert em um dos maiores sucessos de bilheteria da MGM de todos os tempos: O Grande Desfile (The Big Parade), de 1925. Outros filmes importantes: O Rapaz e a Cigana (Exquisite Sinner), de 1926, O Mandarim  (Mr. Wu), de 1927, Ouro Redentor (Tide of Empire), de  1929,  e O Pagão (The Pagan), de 1929.





VILMA BÁNKY (1901-1991)

            Nome verdadeiro: Vilma Koncsics. Local de nascimento: Nagydorog, Austria-Hungria.

A primeira parte de sua carreira desenvolveu-se em Budapest, prosseguindo na França, Austria e Alemanha. O produtor Samuel Goldwyn levou-a para a América e, anunciada como “A Rapsódia Húngara”, ela conquistou imediatamente o público americano. Tornou-se uma estrela ao fazer dois filmes com Rudolph Valentino (A Águia / The Eagle – 1925,  e O Filho do Sheik / Son of the Sheik - 1926). Seu casamento com Rod La Roque em 1927 foi o acontecimento social mais comentado do ano.




quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari) - Robert Wiene, 1919

Poster Original

            O Gabinete do Dr. Caligari é o alicerce do movimento expressionista no cinema. Enquanto a maior parte dos filmes de sua era seguia a escola dos irmãos Lumière, mostrando o real através de uma “janela do mundo”, Caligari retorna à Méliès, trazendo a magia, o bizarro e o fantástico às telas, se tornando o primeiro grande clássico de terror.



            Na percepção dos roteristas Hans Janowitz e Carl Mayer, o longa se passa em um mundo fora dos eixos, e é responsabilidade do diretor Robert Wiene, do diretor de produção Rudolf Meinert, do cenógrafo Herman Warm, e dos pintores contratados por ele, Walter Röhrig e Walter Reimann, consolidar definitivamente a concepção radicalmente expressionista que conduz o filme.

Os cenários são pintados em uma perspectiva distorcida, a câmera é, em maior parte, centralizada. E cabe aos atores, de maneira teatral, conduzir os movimentos e os impactos da história.



O filme abre com dois homens muito pálidos, um jovem e um mais velho, que conversam em um parque. O mais jovem começa a contar uma história fantástica ocorrida na pequena vila medieval de Holstenwall.

Somos transportados para um pequeno e bizarro vilarejo, onde um homem estranho, com uma capa negra e uma cartola, anda de maneira descompassada. É o Doutor Caligari (Werner Krauss). Ele se encaminha para a prefeitura, onde consegue autorização para realizar seu espetáculo na feira local. A apresentação consiste na amostra das habilidades psíquicas de Cesare (Conrad Veidt), um sonâmbulo de corpo esguio, vestido com uma malha negra, e que vive em estado de animação controlada.



Na mesma noite, um funcionário público de Holstenwall é esfaqueado até a morte em sua cama. No dia seguinte, dois jovens amigos, Francis (Friedrich Feher) e Alan (Hans Heinz von Twardowski), se dirigem para a feira à procura de diversão. Atraídos pela ruidosa propaganda de Caligari, acabam por entrar em sua tenda.

Um público compacto observa o palco, que exibe uma espécie de caixão que abriga Cesare. Caligari proclama que o sonâmbulo é capaz de prever o futuro, pedindo que voluntários façam perguntas. Imediatamente, Alan se levanta e pergunta: "até quando vou viver?" Cesare, sem hesitação, responde: "até a madrugada".



Consternados, os amigos se retiram e encontram a bela Jane (Lil Dagover), pela qual ambos estão apaixonados. Porém, na hora prevista, a profecia se cumpre: Cesare invade a casa de Alan e o mata a facadas.

Pela manhã, Francis descobre o crime e, indignado, vai até a delegacia da cidade, acompanhado pelo pai de Jane (Rudolf Lettinger). A polícia não concede muito crédito às suspeitas do jovem a respeito de Caligari e Cesare, mas decide investigar o caso. Nesse meio tempo, o assassino da noite anterior é capturado. Para a polícia, os dois crimes estão resolvidos: o homem detido é o autor de ambos, embora confesse apenas o primeiro.



Porém, o suspense não termina com a prisão do delinquente, temos a seguir sequencias de tirar o fôlego que envolvem, tanto o destino de Cesare, quanto a identidade do misterioso Dr. Caligari.

Das Cabinet des Dr. Caligari é, sem dúvida, o primeiro clássico do terror e suspense. O trabalho da equipe, a maneira como a história é conduzida, os cenários, o ambiente e os jogos de luz e sombra são inspirações claras para obras-primas como Dracula, de Tod Browning, e Frankenstein, de James Whale, ambos de 1931, como para toda uma geração que veio a seguir.




Ficha Técnica:
Gênero: Terror
Direção: Robert Wiene
Roteiro: Carl Mayer, Hans Janowitz
Elenco: Conrad Veidt, Friedrich Feher, Hans Heinrich von Twardowski, Lil Dagover, Rudolf Lettinger, Werner Krauss
Produção: Erich Pommer, Rudolf Meinert
Fotografia: Willy Hameister
Trilha Sonora: Alfredo Antonini
Duração: 71 min.
Ano: 1919
País: Alemanha
Cor: P&B



quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Grandes Divas do Cinema Mudo – Parte I

           

               Elas praticamente nasceram junto com o próprio cinema, e entre as décadas de 1910 e 1920 foram ganhando espaço se tornando o referencial de beleza em todo o mundo da época.

             Neste artigo, mostramos os padrões de moda e beleza no início do século passado, bem como a importância das mulheres na sociedade retratada.


            Além disso, prestamos homenagens às musas que até hoje permanecem no imaginário dos amantes de cinema.





ALICE TERRY (1899-1987)



Nome verdadeiro: Alice Frances Taaffe. Local de nascimento: Vincennes, Indiana, Estados Unidos.

Assim que chegou com sua família a Los Angeles, com quinze anos de idade, Alice conheceu Enid Markey, uma atriz que morava no seu prédio. Enid a convenceu a procurar emprego no estúdio de Thomas Ince, conhecido com Inceville. Ela foi contratada e apareceu em alguns filmes, inclusive na grande produção Civilização / Civilization. (interpretando vários tipos como figurante). Foi em Inceville, que conheceu seu futuro marido, o diretor Rex Ingram. Ele a elevou ao estrelato, dirigindo-a no papel de Marguerite em Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse (The Four Horsemen of the Apocalypse), de 1921, ao lado de Rudolph Valentino. Outros filmes importantes de Alice, sob direção de Ingram, foram: Eugenia Grandet (The Conquering Power), de 1921, também com Valentino, O Prisioneiro do Castelo de Zenda (The Prisoner of Zenda), de 1922 (com Lewis Stone), Where the Pavement Ends de 1923, Scaramouche (Scaramouche), de 1923 (ambos com Ramon Novarro), e Mare Nostrum (Mare Nostrum), de 1925 (com Antonio Moreno).





BETTY BRONSON (1906- 1971)

 Nome verdadeiro: Elizabeth Ada Bronson. Local de nascimento: Trenton, New Jersey, Estados Unidos.

Aos dezessete anos, conseguiu uma entrevista com J. M. Barrie, autor de Peter Pan, que a escolheu para o papel principal (ambicionado por Gloria Swanson e Mary Pickford) na adaptação cinematográfica do seu livro, levada à tela em 1924. Betty obteve um êxito instantâneo como Peter Pan e, no ano seguinte, fez mais três intervenções importantes na tela: como a Virgem Maria em Ben-Hur; estrelando outra adaptação de uma história de Barrie, Os Mil Beijos de Cinderella (A Kiss for Cinderella); e integrando o elenco (ao lado de Adolphe Menjou e Florence Vidor), de uma comédia muito divertida, Por Quê Divorciar? (Are Parent’s People?), dirigida magnificamente por Malcom St. Clair.





            BETTY COMPSON (1897-1974)

Nome verdadeiro: Eleanor Luicime Compson. Local de nascimento: Beaver, Utah, Estados Unidos.

Começou sua carreira no vaudeville aos quinze anos de idade, anunciada como “The Vagabond Violinist”. Três anos depois, ofereceram-lhe emprego como comediante no estúdio de Al Christie. Já desligada da firma de Christie, ela ascendeu ao estrelato como Rose em O Homem Miraculoso (The Miracle Man), de 1919, protagonizado por Lon Chaney. Contratada pela Paramount, não teve sorte nos primeiros tempos, e foi para a Inglaterra, onde participou de vários filmes de sucesso de 1922 a 1924. De retorno à América, Betty apareceu novamente ao lado de Lon Chaney em Piratas Modernos (The Big City), de 1928 e, no mesmo ano, fez seu melhor filme, Docas de Nova York (The Docks of New York), de Josef von Sternberg. Ainda em 1928, ela foi indicada para o Oscar por seu desempenho em Sangue de Boêmio (The Barker), e marcou sua presença diante de Erich von Stroheim em O Grande Gabbo (The Great Gabbo).






           BILLIE DOVE (1900-1997)

Nome verdadeiro: Bertha Bohny. Local de nascimento: Nova York, NY, Estados Unidos.

 Filha de imigrantes suíços, trabalhou como modelo na adolescência. Depois de atuar como figurante e em pequenos papéis no cinema em Fort Lee, New Jersey, ela foi contratada para o Ziegfeld Follies, sendo apelidada de “The American Beauty”. No começo de 1920, foi para Hollywood, e logo se tornou uma estrela, contracenando com Douglas Fairbanks em O Pirata Negro (The Black Pirate) de 1926, filmado em Technicolor de duas cores. Outros filmes importantes: Wanderer of the Wasteland (também bicolor), de 1924, Esposa ou Artista? (The Marriage Clause), de 1926, Pecadora sem Malícia (Sensation Seekers), de 1927, Rosa Americana (American Beauty), de 1927, e Só Quero um Homem (The Painted Angel), de 1929.






          BLANCHE SWEET (1896-1986)

Nome verdadeiro: Sarah Blanche Sweet. Local de nascimento: Chicago, Illinois, Estados Unidos.

Filha de artistas do teatro e do vaudeville, ainda criança já integrava o elenco de uma peça. Em 1909, entrou para a Biograph sob as ordens de David Wark Griffith, e se tornou a maior rival de Mary Pickford, que também começara com o mestre no ano anterior. Seu primeiro filme marcante na Biograph foi The Lonedale Operator, de 1911 e, em 1913, ela estrelou o primeiro longa-metragem de Griffith, Judith de Betúlia (Judith of Bethulia). Em 1914, Blanche ingressou na Famous Players Lasky, e continuou sua carreira sob o comando de vários diretores, notadamente Marshalll Neilan, com quem fez um de seus melhores filmes, A Voz da Justiça (Tess of the D’Ubervilles),de 1924. Blanche e Neilan se casaram e formaram sua própria companhia produtora em 1918. A parceria se dissolveu em 1921, mas Blanche continuou participando de produções de qualidade como a primeira versão da peça de Eugene O’Neill, Anna Christie, de  1923.





            CLARA BOW (1905-1965)

Nome verdadeiro: Clara Gordon Bow. Local de nascimento: Nova York, NY, Estados Unidos.

Inscreveu-se, aos dezesseis anos de idade, no Fame and Fortune Contest, patrocinado pela Brewster Publications, editora das revistas Motion Picture, Motion Picture Classics e Shadowland, e ganhou papel em um filme. Após participar de algumas produções baratas na Costa Leste, Clara foi para Hollywood, contratada pela Preferred Films, de B. P. Schulberg, obtendo seu maior êxito nesta companhia em Luar, Música e Amor (The Plastic Age), de 1925. Em 1926, ela interpretou em Loucuras de Mães (Dancing Mothers) uma de suas personagens mais populares, Kittens, a boa/má filha de uma mulher da alta sociedade, tornando-se a “flapper” mais perfeita da tela. Foi na Paramount que Clara fez seus filmes mudos mais famosos: Provocação de Amor (Mantrap), de 1926, O Não Sei Quê das Mulheres (It), de 1927 e Asas (Wings), também 1927. O Não Sei Quê das Mulheres é uma história de Cinderela na qual a balconista de loja, Betty Lou Spence (Clara Bow), conquista o coração de seu empregador (Antonio Moreno). A autora do romance no qual o filme se baseou, Elynor Glynn, criou o termo “It”, que passou a indicar o magnetismo sexual da atriz (The “It” Girl).





            COLLEEN MOORE (1899-1988)

 Nome verdadeiro: Kathleen Morrison. Local de nascimento: Port Huron, Michigan, Estados Unidos.

Estudou música no prestigioso Conservatório de Detroit, mas queria ser atriz e, com a ajuda de um tio, editor de um jornal de Chicago, conseguiu entrar na indústria do cinema, começando como figurante em 1916. Depois de um papel principal como Annie em A Pequena Annie (Little Orphan Annie), de 1918, Colleen apareceu em vários westerns ao lado de Tom Mix e, finalmente, no filme que a associaria para sempre com a juventude da Era do Jazz, Pequenas de Hoje (Flaming Youth), de 1923. Seu penteado de pajem, com uma longa franja caindo sobre a testa, tornou-se a sua marca registrada e criou moda. Colleen mostrou sua capacidade dramática em Amor, Destino e Honra (So Big), de 1924, e também foi muito bem recebida pelo público e pelos críticos em comédias como Irene, de 1926 e O Prêmio de Beleza Ella Cinders), também de 1926. Sua popularidade chegou ao auge, quando interpretou a jovem camponesa Jeaninne, em Amor Nunca Morre (Lilac Time), de  1928 ao lado de Gary Cooper.






            CORINNE GRIFFITH (1894-1979)

Nome verdadeiro: Corinne Mae Griffin. Local de nascimento: Texarkana, Texas, Estados Unidos.

Em 1916, depois de trabalhar no teatro, começou sua carreira cinematográfica na Vitagraph. Nos meados dos anos vinte, transferiu-se para a First National, onde se tornou uma das atrizes mais populares da companhia. Em 1928, interpretou o papel principal na magnífica comédia-dramática dirigida por Lewis Milestone, Jardim do Éden (Garden of Eden). No ano seguinte, foi indicada para o Oscar por sua atuação em A Dama Divina (The Divine Lady), na qual personificou Lady Hamilton. No auge da fama, Corinne recebeu o apelido de “The Orchid Lady of the Screen” por sua elegância e beleza. Outros filmes importantes: O Que as Mulheres Querem (Black  Oxen), de 1923, A Modista de Paris (Mademoiselle Modiste), de 1926.





            DOLORES COSTELLO ( 1903-1979)

            Nome verdadeiro: Dolores Costello. Local de nascimento: Pittsburgh, Pennsylvania, Estados Unidos.

Filhas do ator Maurice Costello, Dolores e sua irmã Helene apareceram na tela em 1909-1915 como atrizes infantis da Vitagraph. Elas interpretaram papéis secundários em filmes de seu pai, e depois apareceram na Broadway juntas, resultando um contrato com a Warner Bros. Em 1926, Dolores contracenou com John Barrymore em A Fera do Mar (The Sea Beast). Em 1927, foi reunida novamente com Barrymore em Quando o Homem Ama (When a Man Loves), uma adaptação de Manon Lescaut. Em 1928, Dolores estrelou com George O’Brien A Arca de Noé (Noah’s Ark), e se casou com Barrymore. Outros filmes importantes de Dolores: Flor do Lodo (Tenderloin), de 1928, Flor do Pecado (The Redeeming Sin), de 1929, A Madona da Avenida (Madonna of Avenue A), de 1929, Corações no Exílio (Hearts in Exile), de 1929. Era chamada de “The Goddess of the Silver Screen”.






            ESTHER RALSTON (1902-1994)
     Nome verdadeiro: Esther Worth. Local de nascimento: Bar Harbor, Maine, Estados Unidos.

            Começou sua carreira ainda criança em um número de vaudeville da família, anunciado como “The Ralston Family with Baby Esther, America’s Youngest Juliet”. No cinema, após ter desempenhado pequenos papéis em várias produções, Esther conseguiu se impor em Huckleberry Finn, de  1920 e, um pouco mais tarde, como Mrs. Darling em Peter Pan, de 1924 e a Fada Madrinha em Os Mil Beijos de Cinderella (A Kiss for Cinderella), de 1925. No final dos anos vinte, trabalhou na Paramount e alcançou muita popularidade, inclusive na Inglaterra. Outros filmes importantes de Esther foram A Vênus Americana (The American Venus), de 1926, Fragata Invicta (Old Ironsides), também de 1926, e O Romance de Lena (The Case of Lena Smith), de 1929, o famoso filme perdido de Josef von Sternberg.





            EVELYN BRENT (1901-1975)

Nome verdadeiro: Mary Elizabeth Riggs. Local de nascimento: Tampa, Flórida, Estados Unidos.

Em 1915, quando ainda estudava na Escola Normal em Nova York, Evelyn visitou o World Film Studio em Fort Lee, New Jersey e, dois dias depois, já estava trabalhando como figurante. Depois, assinou contrato com a Metro Pictures, que a anunciou como a nova mocinha ingênua do estúdio sob o nome artístico de Betty Riggs. Após a Primeira Guerra Mundial, Evelyn foi de férias para a Inglaterra, e ali ficou por quatro anos, aparecendo no teatro e em filmes produzidos por companhias britânicas. Em 1922, voltou para a América, e continuou atuando no palco e na tela, até que foi descoberta por Josef von Sternberg, com quem fez três filmes admiráveis: Paixão e Sangue (Underworld ) de  1927, A Última Ordem (The Last Command) e O Super-Homem (The Dragnet), ambos de 1928, nos quais concretizou verdadeiramente seu potencial como atriz. Em Paixão e Sangue, ela interpretou a personagem pela qual foi mais lembrada, Feathers McCoy, a namorada de um gangster, considerada por muitos historiadores como a primeira mulher fatal moderna.






            FLORENCE VIDOR (1895-1977)
  Nome verdadeiro: Florence Arto. Local de nascimento: Huston, Texas, Estados Unidos.

 Destacou-se no início de carreira como a costureirinha trágica Mimi em A Tale of Two Cities, de 1917. Promovida a atriz principal, contracenou com Sessue Hayakawa em Hashimura Togo, A Espada do Duque (The Secret Game), ambos de 1917 e Intenção Oculta (The White Man’s Law), de 1918. Depois, estrelou filmes para diretores variados, mas preferia trabalhar com seu marido King Vidor, com o qual fez: A Outra Metade (The Other Half), Humilhação (Poor Relations), filmes de 1919, The Family Honor, The Jack-Knife Man, ambos de 1920, Gloriosa Aventura (Real Adventure), Do Crepúsculo à Aurora ( From Dusk to Dawn)  e Conquering the Woman, estes de 1922. Entretanto, os melhores filmes de Florence, todos no gênero comédia sofisticada, foram dirigidos por peritos no assunto: Ernst Lubitsch (O Círculo do Casamento - The Marriage Circle, de 1924); Malcolm St. Clair (Por Quê Divorciar? - Are Parents People?, de 1925, A Duquesa e o Garçom - The Grand Duchess and the Waiter, de   1926); Harry D’Abbadie D’Arrast (Quarteto de Amor -  The Magnificent Flirt, de 1928). Ela teve ainda a honra de atuar, ao lado de Emil Jannings e Lewis Stone, no drama histórico de Ernst Lubitsch, Alta Traição (The Patriot), um dos grandes filmes desaparecidos da Historia do Cinema.