O Gabinete do Dr. Caligari (Das Cabinet des Dr. Caligari) - Robert Wiene, 1919
Poster Original
O Gabinete do Dr. Caligari é o
alicerce do movimento expressionista no cinema. Enquanto a maior parte dos
filmes de sua era seguia a escola dos irmãos Lumière, mostrando o real através
de uma “janela do mundo”, Caligari retorna
à Méliès, trazendo a magia, o bizarro e o fantástico às telas, se tornando o
primeiro grande clássico de terror.
Na percepção dos roteristas Hans
Janowitz e Carl Mayer, o longa se passa em um mundo fora dos eixos, e é
responsabilidade do diretor Robert Wiene, do diretor de produção Rudolf
Meinert, do cenógrafo Herman Warm, e dos pintores contratados por ele, Walter
Röhrig e Walter Reimann, consolidar definitivamente a concepção radicalmente
expressionista que conduz o filme.
Os
cenários são pintados em uma perspectiva distorcida, a câmera é, em maior
parte, centralizada. E cabe aos atores, de maneira teatral, conduzir os
movimentos e os impactos da história.
O
filme abre com dois homens muito pálidos, um jovem e um mais velho, que
conversam em um parque. O mais jovem começa a contar uma história fantástica
ocorrida na pequena vila medieval de Holstenwall.
Somos
transportados para um pequeno e bizarro vilarejo, onde um homem estranho, com
uma capa negra e uma cartola, anda de maneira descompassada. É o Doutor
Caligari (Werner Krauss). Ele se encaminha para a prefeitura, onde consegue
autorização para realizar seu espetáculo na feira local. A apresentação consiste
na amostra das habilidades psíquicas de Cesare (Conrad Veidt), um sonâmbulo de
corpo esguio, vestido com uma malha negra, e que vive em estado de animação controlada.
Na
mesma noite, um funcionário público de Holstenwall é esfaqueado até a morte em
sua cama. No dia seguinte, dois jovens amigos, Francis (Friedrich Feher) e Alan
(Hans Heinz von Twardowski), se dirigem para a feira à procura de diversão.
Atraídos pela ruidosa propaganda de Caligari, acabam por entrar em sua tenda.
Um
público compacto observa o palco, que exibe uma espécie de caixão que abriga
Cesare. Caligari proclama que o sonâmbulo é capaz de prever o futuro, pedindo
que voluntários façam perguntas. Imediatamente, Alan se levanta e pergunta:
"até quando vou viver?" Cesare, sem hesitação, responde: "até a
madrugada".
Consternados,
os amigos se retiram e encontram a bela Jane (Lil Dagover), pela qual ambos
estão apaixonados. Porém, na hora prevista, a profecia se cumpre: Cesare invade
a casa de Alan e o mata a facadas.
Pela
manhã, Francis descobre o crime e, indignado, vai até a delegacia da cidade,
acompanhado pelo pai de Jane (Rudolf Lettinger). A polícia não concede muito
crédito às suspeitas do jovem a respeito de Caligari e Cesare, mas decide
investigar o caso. Nesse meio tempo, o assassino da noite anterior é capturado.
Para a polícia, os dois crimes estão resolvidos: o homem detido é o autor de
ambos, embora confesse apenas o primeiro.
Porém,
o suspense não termina com a prisão do delinquente, temos a seguir sequencias
de tirar o fôlego que envolvem, tanto o destino de Cesare, quanto a identidade
do misterioso Dr. Caligari.
Das Cabinet des Dr. Caligari é,
sem dúvida, o primeiro clássico do terror e suspense. O trabalho da equipe, a
maneira como a história é conduzida, os cenários, o ambiente e os jogos de luz
e sombra são inspirações claras para obras-primas como Dracula, de Tod Browning, e Frankenstein,
de James Whale, ambos de 1931, como para toda uma geração que veio a seguir.
Ficha Técnica:
Gênero:
Terror
Direção:
Robert Wiene
Roteiro: Carl Mayer,
Hans Janowitz
Elenco: Conrad Veidt,
Friedrich Feher, Hans Heinrich von Twardowski, Lil Dagover, Rudolf Lettinger,
Werner Krauss
Realmente um Grande Clássico, e aquele final....
ResponderExcluirPois é, Bruno.
ExcluirFilme obrigatório para todo cinéfilo.
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