quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

O Auto da Compadecida - Guel Arraes, 1999


Poster Oficial

            Essa grande obra brasileira foi inspirada pela peça teatral homônima, escrita em 1955 pelo paraibano Ariano Suassuna (1927- 2014).

            A história se dá sobre as vidas de João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), amigos inseparáveis. Ambos, arrumam um emprego na padaria de Eurico (Diogo Vilela), um comerciante local completamente dominado pela mulher, Dora (Denise Fraga).

Chicó e João Grilo tentam convencer o padre (Rogério Cardoso) a benzer o cachorro de sua patroa. Como o padre se recusa ao ato e o animal morre, o padeiro e sua esposa exigem que o padre faça a cerimônia do enterro. João Grilo, a fim de convencer o sacerdote,  diz à ele que o cachorro possuía um testamento e que lhe deixara dez contos de réis e três para o sacristão, caso rezassem o enterro em latim.

Quando o bispo (Lima Duarte) descobre, Grilo inventa que, na verdade, seis contos iriam para a arquidiocese e apenas quatro para paróquia, para que o bispo não arrumasse problemas. Depois de toda a confusão sobre o enterro do cachorro, João Grilo arma com Chicó para também tirarem vantagem da situação.

Entre as artimanhas boladas por João, em certo momento encontram-se todos reunidos na igreja. Ouvem-se tiros e uma gritaria do lado de fora, o temido cangaceiro Severino (Marco Nanini), chegara com seu bando na cidade.

 Vemos uma sequência emocionante, e atitudes que acabam mexendo com muita gente, entre o céu e a terra.




Ficha Técnica:
Gênero: Comédia
 Direção: Guel Arraes
Roteiro: Adriana Falcão, Guel Arraes, João Falcão
Elenco: Denise Fraga, Diogo Vilela, Fernanda Montenegro, Lima Duarte, Luís Melo, Marco Nanini, Matheus Nachtergaele, Maurício Gonçalves, Paulo Goulart, Rogério Cardoso, Selton Mello
Produção: Eduardo Figueira
Fotografia: Félix Monti
Duração: 104 min.
Ano: 1999
País: Brasil

Cor: Colorido

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Grandes Divas do Cinema Mudo – Parte II

            Elas praticamente nasceram junto com o próprio cinema, e entre as décadas de 1910 e 1920 foram ganhando espaço se tornando o referencial de beleza em todo o mundo da época.

             Neste artigo, mostramos os padrões de moda e beleza no início do século passado, bem como a importância das mulheres na sociedade retratada.


            Além disso, prestamos homenagens às musas que até hoje permanecem no imaginário dos amantes de cinema.



GLORIA SWANSON (1899-1983)

                 Nome verdadeiro: Gloria Josephine May Svensson. Local de nascimento: Chicago, Illinois, Estados Unidos.

                 Em 1913, foi contratada como figurante pelo estúdio da Essanay em Chicago, onde conheceu o ator Wallace Beery, com quem se casou. Ambos foram para Hollywood, contratados pela Keystone, e Gloria foi colocada ao lado de Bobby Vernon em uma série de comédias românticas. Divorciada de Beery, ela transferiu-se para a Triangle. Subsequentemente, Cecil B. DeMille escalou-a como heroína de suas produções luxuosas como Não Troqueis Vossos Maridos (Don’t Change Your Husbands), de 1917, Macho e Fêmea (Male and Female), de 1919, e  Why Change Your Wife?, de 1920. Em pouco tempo, Gloria alcançou o estrelato e continuou sua brilhante carreira, fazendo grandes filmes  como Escravizada (Manhandled), de 1924, Este Mundo é um Teatro (Stage Struck), de 1925, O Amor de Sunya (The Loves of Sunya), de 1927, Sedução do Pecado (Sadie Thompson),  de 1928 e Minha Rainha (Queen Kelly) , de 1929. 






LEATRICE JOY (1893-1985)

               Nome verdadeiro: Leatrice Johanna Zeidler. Local de nascimento: New Orleans, Louisiana, Estados Unidos.

               Geralmente citada como a introdutora da “febre” do cabelo curto dos anos vinte, começou no mundo do espetáculo excursionando com a Brissac Stock Company. Do teatro passou para o cinema, estreando nas comédias curtas da Black Diamond, produzidas na Pennsylvania, e distribuídas nacionalmente pela Paramount. Em Hollywood, também começou em shorts cômicos ao lado de Billy West e Oliver Hardy. Contratada por Samuel Goldwyn, fez seu primeiro filme para o estúdio como figurante em Raça de Heróis (The Pride of the Clan), de 1917. Posteriormente, tornou-se uma protegida de Cecil B. DeMille, atuando em várias de suas produções como A Noite de Sábado ( Saturday Night), de 1922, A Homicida (Manslaughter) de 1922, Os Dez Mandamentos (The Ten Commandements), de 1923, Triunfo (Triumph),  1924. 







LILLIAN GISH (1893-1993)

          Nome verdadeiro: Lillian Diana Gish. Local de nascimento: Springfield, Ohio, Estados Unidos.


        Ela e sua irmã Dorothy já trabalhavam no teatro ainda adolescentes quando, em 1912, Mary Pickford, apresentou-as a David Wark Griffith, que as dirigiu no curta-metragem An Unseen Enemy. Lillian logo se tornou uma das atrizes mais queridas da América, trabalhando em vários filmes de Griffith como os Importantíssimos O Nascimento de uma Nação (The Birth of the Nation) de 1915, Intolerância (Intolerance), de 1916, Lírio Partido ( Broken Blossoms) 1919, Horizonte Sombrio (Way Down East), de  1920, e Orfãs da Tempestade (Orphans of the Storm), de  1921







MAE MURRAY (1889-1965)

            Nome verdadeiro: Marie Adrienne Koenig. Local de nascimento: Nova York, NY, Estados Unidos.

Conhecida como “The Girl with the Bee-Stung Lips” e “The Gardenia of the Screen”, começou a atuar na Broadway dançando com Vernon Castle (substituindo a irmã dele, Irene Castle), Clifton Webb e Rudolph Valentino. Mae se tornou uma grande atração no Ziegfeld Follies e apareceu também no popular cabaré Sans Souci de Nova York, até que foi contratada pela Paramount. Seu sexto filme, The Plow Girl , de  1916, marcou o princípio de uma parceria com o diretor Robert Z. Leonard. Eles ganharam a sua própria unidade de produção, casaram-se, e sua colaboração profissional (ao todo 28 filmes) – que proporcionou filmes bastante lucrativos – perdurou até 1925, quando se divorciaram amigavelmente. 







MARIE PREVOST (1898-1937)

 Nome verdadeiro: Marie Bickford Dunn. Local de nascimento: Sarnia, Ontario, Canadá.

Foi descoberta por Mack Sennett que a incluiu entre as suas “Bathing Beauties” nas comédias curtas da Keystone. Depois, Irving Thalberg, da Universal, deu impulso à sua carreira, convidando-a para estrelar dois filmes, Desatinos ao Luar (The Moonlight Follies) 1921 e Beijada (Kissed) de 1922. Contratada pela Warner Bros., Marie teve uma participação muito elogiada pelos críticos em Bela e Pecadora  (The Beautiful and Damned) de 1922, e o diretor Ernst Lubitsch colocou-a em três de seus filmes: O Círculo do Casamento (The Marriage Circle) de 1924, As Três Mulheres (Three Women) de 1924 e Beija-me Outra Vez (Kiss me Again) de 1925, que marcaram o ponto mais alto de sua trajetória artística. 








MARION DAVIES (1897-1961)

Nome verdadeiro: Marion Cecilia Douras. Local de nascimento: Brooklyn, Nova York, Estados Unidos.

Atuou na Broadway como corista aos dezesseis anos de idade e acabou sendo contratada para o Ziegfeld Follies. Quando estava construindo uma reputação no cinema, depois de sua estréia no filme Runaway Romany, de 1917, Marion conheceu o magnata da imprensa William Randolph Hearst, que se tornou seu protetor e amante. Hearst fundou a Cosmopolitan Productions, para produzir os filmes de Marion. Ele gostava de vê-la em filmes dramáticos de época, como Janice Meredith, de 1924, mas ela provou que era uma excelente comediante em Moinho Vermelho (The Red Mill) de 1927.








MARY PHILBIN (1902-1993)

            Nome verdadeiro: Mary L. Philbin. Local de nascimento: Chicago, Illinois, Estados Unidos.

Entrou para o cinema após ter vencido um concurso de beleza patrocinado pelo Elks Club e pelo jornal Chicago Herald Examiner. O prêmio era uma chance de assinar um contrato com a Universal e o juiz do certame, Erich von Stroheim, recomendou-a para um teste. Seu primeiro filme foi Suspeita Iníqua (The Blazing Trail), de 1921. Porém suas personagens mais famosas na tela foram Christine em O Fantasma da Opera (Phantom of the Opera), de 1925 ao lado do grande Lon Chaney; e Dea em O Homem Que Ri (The Man Who Laughs), estrelado pelo ator alemão Conrad Veidt, de 1928. 







MARY PICKFORD (1892-1979)

            Nome verdadeiro: Gladys Marie Smith. Local de nascimento: Toronto, Ontario, Canadá.

“A Namorada da América” começou sua carreira artística no teatro, contratada por David Belasco, famoso empresário de Nova York. Em 1909, ela obteve emprego na Biograph, onde atuou sob as ordens de David Wark Griffith, tornando-se rapidamente uma favorita do público, que a chamava de “A Pequena Mary” ou “A Mocinha dos Cachos Dourados”. No final de 1903, Mary entrou para a Famous Players de Adolph Zukor, e atingiu uma popularidade impressionante. Em 1916, passou a ter a sua própria unidade de produção, cujos filmes eram distribuídos com exclusividade pela Artcraft Pictures. Seguiu-se uma série de filmes de grande sucesso como Rica e Pobre (The Poor Little Rich Girl) de 1917, Rebeca (Rebecca of Sunnybrook Farm ) de 1917, e  M’Liss  de 1918.  Mary transferiu-se para a First National e fundou a Mary Pickford Company, obtendo alguns de seus maiores êxitos, entre eles, Papaizinho Pernilongo (Daddy Long Legs), de 1919. Já casada com Douglas Fairbanks, criou com ele, Charles Chaplin e David Wark Griffith, a United Artists, para a qual ela fez grandes filmes, como Menina Travessa (Polyanna), de 1920, Castelos de Espuma (Suds) de 1920, O País das Tormentas (Tess of the Storm Country), de 1922, Aves Sem Ninho (Sparrows) de 1926 e seu derradeiro filme mudo, Meu Único Amor (My Best Girl), de 1927. 







NORMA TALMADGE (1894-1957)

          Nome verdadeiro: Norma Talmadge. Local de nascimento: Jersey City, New Jersey, Estados Unidos.

Começou sua vida artística posando para as “illustratred songs”, que eram apresentadas antes dos filmes de um rolo no palco dos primeiros cinemas. Norma fez alguns filmes na Vitagraph e na Triangle, e depois conheceu Joseph M. Schenck, empresário rico que controlou e impulsionou sua carreira, fundando a Norma Talmadge Film Corporation. Sob supervisão de Schenck, Norma fêz, entre outros: Papoula Viçosa (Poppy), de 1917, A Duquesa de Langeais (The Eternal Flame), de 1923, Segredos (Secrets), de 1924, A Dama das Camélias (Camille), de 1926, e A Mulher Cobiçada (The Dove), de 1927. Especializada em melodramas, com um dos rostos mais expressivos da tela, elegante e glamourosa, Norma era adorada pelos espectadores e pelos críticos, figurando entre os ídolos mais populares do cinema silencioso americano. 








RENÉE ADORÉE (1898-1933)

            Nome verdadeiro: Jeanne de la Fonte. Local de nascimento: Lille, França.

Filha de artistas de circo. Aos cinco anos de idade já estava trabalhando com os pais. Na adolescência, atuou em pequenas produções teatrais na Europa. Estava na Russia quando irrompeu a Primeira Guerra Mundial, e logo foi para Londres. De Londres partiu para a Nova York, onde continuou no teatro até que, em 1920, fez seu primeiro filme. Renée é mais lembrada pelo seu papel como Melisande ao lado de John Gilbert em um dos maiores sucessos de bilheteria da MGM de todos os tempos: O Grande Desfile (The Big Parade), de 1925. Outros filmes importantes: O Rapaz e a Cigana (Exquisite Sinner), de 1926, O Mandarim  (Mr. Wu), de 1927, Ouro Redentor (Tide of Empire), de  1929,  e O Pagão (The Pagan), de 1929.





VILMA BÁNKY (1901-1991)

            Nome verdadeiro: Vilma Koncsics. Local de nascimento: Nagydorog, Austria-Hungria.

A primeira parte de sua carreira desenvolveu-se em Budapest, prosseguindo na França, Austria e Alemanha. O produtor Samuel Goldwyn levou-a para a América e, anunciada como “A Rapsódia Húngara”, ela conquistou imediatamente o público americano. Tornou-se uma estrela ao fazer dois filmes com Rudolph Valentino (A Águia / The Eagle – 1925,  e O Filho do Sheik / Son of the Sheik - 1926). Seu casamento com Rod La Roque em 1927 foi o acontecimento social mais comentado do ano.